Espaçadas vezes o tal Amor volta a aparecer. Em uma catástrofe consumada, nas promessas de alguma filosofia religiosa, na miséria que está o mais distante possível – em outro país, continente ou ainda na esperança espetacularizada de algum show para arrecadar fundos para ajudar qualquer uma das anteriores- e viva a sociedade do espetáculo (Guy Debord que o diga).
Já arrecadar. Palavrinha curiosa. Remete aos tempos bíblicos do fisco malvado ou ainda dos tempos atuais e os tributos sorrateiros. E tudo vira comércio. Vira empresa. ‘É o econômico que determina o social e o político’. E seriam os relacionamentos diferentes? Ou seriam também esses arrecadações de fundos para o ego?
Sagitarianos não podem ter controle sobre toda a situação, pois se acomodam; geminianos juram não envolvimento para aí sim poderem se envolver; librianos têm a serenidade de deixar claro: “se não for você, será o próximo”...
O que é melhor para mim?
E para você?
O jogo do ‘eu não estou fazendo jogo’? A honestidade assustadora que faz o outro correr? O círculo nada virtuoso do quem muito apanha aprender a bater e depois esquece de como parar.
Algo me diz que o comedimento que angustia e depois premia tem parecido a melhor pedida. É o ligar sim. Mas sem insistir neuroticamente. Quem opta por nunca insistir acaba ficando com o mais fácil. Nunca estar disponível. Pois então, insista. E, se ao final, não der certo, não era pra ser e da próxima vez vamos nos angustiar menos. Entenda como “ele apenas não está afim de você”.
Exista como alguém que se arrisca. Arrisque ser feliz. Caso alguém diga que felicidade não existe, invente a felicidade como Mark inventou a mentira no curioso “A Invenção da Mentira”.
Você consegue imaginar um mundo em que todo mundo fala a verdade? Isso mereceria um post inteiro sobre....
4 comentários:
Eu não quero virar uma pessoa cinza. Não quero deixar de acreditar no amor, no meu amor pelo mundo, na minha paixão, não quero saber de dinheiro e negócios, não quero que as finanças venham antes do sexo, não quero que o lucro disfarçado de bondade continue a ser engolido de bom grado por aqueles que se fingem deixar enganar pela fachada decadente dessa indústria. Não quero que as pessoas disfarcem o que sentem, não quero que o amor continue como uma palavra e apenas isso, não quero me ver triste por sonhar demais, por ser o único na fila para o amor.
Não quero.
caro... vc não será o único.. mas será dos poucos... e na fila existirão vários hipócritas não por má-fé, mas por instituição da mentira.
eu sou obrigada a contar algo que já contei... e que ouvi de um ex-chefe.
bom, vc sabe como amo nelson. um belo dia o antunes montou alguma peça dele (não vou lembrar qual) e, na entrada do público, rolava um áudio de uma entrevista dele. poucas pessoas prestavam atenção nisso, mas meu ex-chefe prestou. aí, o entrevistador provocava, queria mostrar, de alguma forma, que nelson era um imoral, que era um desiludido, etc. e ele sempre muito careta, muito certinho. até que, no final, o cara até um pouco agressivamente diz "mas, no fundo, nelson rodrigues, no que vc acredita?" e ele, simples, diz "eu acredito é no amor".
é isso: eu acredito é no amor.
É a questão de moderar o pensar com o sentir que faz tudo dar certo. Não deixar o ego inflar ou o amor subjulgar, mater o equilíbrio, não jogar o seu amor pela janela só por que seu vizinho o fez, quem sabe se o que ele jogou era mesmo amor.
E fica Pearl Jam com Soldier of Love, por que das realmente autênticas, é que eu me lembro ser mais recente.
Postar um comentário