25 abril 2010

It´s all ´bout Love Or all ´bout ego?

A cultura pop diz “is all ´bout Love”. Mas o amor deixou de mover o mundo há muito tempo.

Espaçadas vezes o tal Amor volta a aparecer. Em uma catástrofe consumada, nas promessas de alguma filosofia religiosa, na miséria que está o mais distante possível – em outro país, continente ou ainda na esperança espetacularizada de algum show para arrecadar fundos para ajudar qualquer uma das anteriores- e viva a sociedade do espetáculo (Guy Debord que o diga).

Já arrecadar. Palavrinha curiosa. Remete aos tempos bíblicos do fisco malvado ou ainda dos tempos atuais e os tributos sorrateiros. E tudo vira comércio. Vira empresa. ‘É o econômico que determina o social e o político’. E seriam os relacionamentos diferentes? Ou seriam também esses arrecadações de fundos para o ego?

Sagitarianos não podem ter controle sobre toda a situação, pois se acomodam; geminianos juram não envolvimento para aí sim poderem se envolver; librianos têm a serenidade de deixar claro: “se não for você, será o próximo”...

O que é melhor para mim?
E para você?

O jogo do ‘eu não estou fazendo jogo’? A honestidade assustadora que faz o outro correr? O círculo nada virtuoso do quem muito apanha aprender a bater e depois esquece de como parar.

Algo me diz que o comedimento que angustia e depois premia tem parecido a melhor pedida. É o ligar sim. Mas sem insistir neuroticamente. Quem opta por nunca insistir acaba ficando com o mais fácil. Nunca estar disponível. Pois então, insista. E, se ao final, não der certo, não era pra ser e da próxima vez vamos nos angustiar menos.  Entenda como “ele apenas não está afim de você”.

Exista como alguém que se arrisca. Arrisque ser feliz. Caso alguém diga que felicidade não existe, invente a felicidade como Mark inventou a mentira no curioso “A Invenção da Mentira”.

Você consegue imaginar um mundo em que todo mundo fala a verdade? Isso mereceria um post inteiro sobre....



14 abril 2010

Dois


Podia ser poema,letra de canção, soneto, prosa ou verso.
Mas não. São dois espaços de texto divididos por uma linha só. Dois espaços de tempo, de dois iguais, diferentes pela forma que dividiram o seu próprio tempo.

Eu, moro no 2º andar. Ele, também.
A terapia é no 2º andar e, é na 2ª-feira o dia que temos mais tranqüilo para nos encontrar.

Dois, que serão para sempre dois. Mesmo quando são um, são verso e poema, são únicos e normais: UNI-verso
Que continue dois. Porque um, vezes um, continua um.
Já dois, vezes dois, multiplica, e viram quatro. Vira mais. E progride.

Dois é tato, paciência, companheirismo e multiplicação.
Dois, somos nós.

08 abril 2010

Moleskine

Curioso, comprei o livro com a receita da feliciade. 

FEDEX trocou e mandou Prozac no lugar. 

Aí comprei um moleskine, pena e nanquim pra inventar minha felicidade.... sabe como é escrever à pena.... não pode emprestar... ela pega seu jeito de escrever e só a gente mesmo consegue fazer o nanquim marcar o papel...

05 abril 2010

Sobre guarda-chuvas

Caminhos simplesmente existem. Não são desbravados. Alguns conseguem enxergar uma trilha em que ainda não existem pegadas e serem verdadeiros Casanovas que seduzirão e descartarão até o fim dos tempos. Limpam matas e resistem às alucinações do deserto até seu destino. São obstinados. Outros pegam trilhas prontas e aceitam os frágeis troféus por merecimento ao final do dia.

Existem ainda os que nasceram sem senso de direção aparente. Vivem. Pegam seu guarda-chuva e saem mar adentro correndo o risco de encontrar o caminho das Índias. Correm o risco de não achar a Índia mas, um novo mundo. E ainda assim, correm o risco de voltarem ao ponto de partida em seu velho mundo novo. Mesmo sabendo afinal que depois de ter viajado nada será igual no retorno.

Os que saem com objetivo, mas sem certeza de norte ou sul, sem roteiro ou rosa dos ventos, encontram em sua jornada outros iguais. Com ‘protetores-de-chuva diferentes’, mas com um interesse em comum.

O guarda-chuva mais extravagante chama atenção. Serve para ver de longe. O discreto e elegante preto de bolinhas brancas prêt-à-porter pede aproximação. O ordinário preto, tradicional, aceita o sim e o não. O vermelho desbotado esbanja uma sedução abarrotada que não convence aos olhos dos mais despertos.

São muitas opções pelo caminho. Inclusive a opção de não se aproximar de guarda-chuva algum. Seres humanos não nasceram para viverem isolados. É instinto de sobrevivência. É cada um ajudar o outro no que lhe falta e contribuir. Quando seu guarda-chuva quebra, aquele delicado e despretensioso prêt-à-porter guarda em si a possibilidade de continuar a jornada menos molhado e, com o aconchego da aproximação.

Então, é preciso não se perder. Quando a chuva pára, os guarda-chuvas são fechados e colocados juntos. Dando a falsa impressão de que qualquer um serve para a próxima jornada e sua eternidade aberta.

03 abril 2010

Participação I: Parte na Ação e nível de comprometimento

Está com preguiça? Leia só o negrito:

Não entendo o comportamento de alguém que dá sinais espasmódicos de interesse. Não é isso que eu quero. Quero sinais reais e contínuos. Quero um pouco de calma, de paz de espírito.


Ficar bem comigo mesmo. E quero alguém que tenha fala – ação - reação condizentes. Pode até ter um certo ‘delay’. Mas as ações têm que ser assim, condizentes.


Eu não me dedico pouco. Dedico-me de verdade. E o interesse romântico entra na minha lista de prioridades junto às demais prioridades.


Não o encaro como premiação para o fim do dia. Isso seria retroceder ao ser e ter uma mulherzinha em casa.


Minha intenção não é ser troféu por bom comportamento de alguém. Nem ser o príncipe encantado que parecia perdido no mundo descartável que engoliu os contos de fada.

Hoje o Príncipe (reparem que ele nunca tinha nome marcante) da Branca de Neve estaria subindo nas tranças da Rapunzel. E o Príncipe da Bela Adormecida estaria dando boa noite Cinderela para a Gata Borralheira enquanto o Sherek percebe que o fato do Bambi ser um veado não é impeditivo suficiente para não começarem um romance às escondidas da Fiona.

Sei que eu não quero ser Rei nem Rainha. Não quero ser vassalo nem sua prometida, filha do fiador das roupas do rei. Prometida acorrentada e abandonada enquanto o leal guerreiro defende um Rei que ninguém tem coragem de dizer que está nu e seu reinado está sendo invadido pelos bravos que fundam uma religião Anglicana porque, Henrique VIII cansou de Catarina de Aragão e sucumbiu aos encantos de Ana Bolena.

Não me interessa se Cleópatra, à espera de César e depois Marco Antonio cansou de enamorar-se com seu único alento- seu escaravelho - e acabou por colocar fim à própria vida.

Nem quero ser uma Simone de Beauvoir que se esforçava em não importar-se com a multi-ação de Sartre em defesa de um feminismo que, potencializada, gerou a masculinização da fêmea.

Quero ser um personagem-diretor que ainda não foi inventado. Talvez por isso tenho tido tanto trabalho na seleção dos papéis. Mais difícil do que lidar com escalação é a frustração ao perceber indícios e avisar, no meio do ensaio, que não vai dar certo:


- Obrigado pela parte em que você participou da ação.

Sinto muito não poder contar mais com sua participação.

Ou, ainda pior que isso é poder estar enganado sobre suas próprias percepções e descobrir que Fred Astaire sabia sim dançar, que ser ligeiramente calvo e a impressão de que não sabia interpretar estavam erradas.