19 dezembro 2008

Giovedì

Giovedì.

Esta quinta-feira começou como qualquer outra. E poderia terminar como tantas que já passaram. É certo que há tempos que eu não sentia o ciúme e a insegurança consumir meus pensamentos. Mas algo se movimentou ao redor. Poderia manipulara a situação, ou não. O que não seria honesto com a outra parte. Decidi apenas falar o que sentia e deixar os sentimentos surgirem. Em poucos minutos ficou incontrolável. Cedi ao monstro de olhos verdes e despejei as inseguranças – minhas – no outro. Algo me segurou para não ir muito longe. Porém, algum tempo passado percebi que poderia ser, eu, suficiente a mim mesmo. Fui por tentativas. Por soluções criativas. Primeiro um cigarro. Depois uma caminhada me levou ao supermercado e, entre uma gôndola e outra um vinho: nem forte, nem suave; não premiado, mas nem por isso fuleiro. Na medida certa trouxe minha taça de vinho. Não deu acertei. Mais uma. Nada.

Usando da liberdade que certas posses beneficiam segui rumo à balada que mais lembra uma alcova. A memória mais recente era de um lugar divertido, com uma boa música e pessoas que se colocam diante do mundo. Já na entrada um certo desconforto. Seria hora de voltar? Já estava ali, porque não entrar e parar com arrependimentos tolos. Afinal, eu mesmo teria o controle sobre as decisões mais primitivas que poderiam vir a me incomodar depois.

O lugar estava diferente. Uma taberna. Um covil. O preço não era mais justo, a bebida não é mais aditivada e as pessoas... bem... as pessoas pareciam as mesmas, acrescidas de fãs de uma diva pop que ocupa o lugar de algum deus que os homens esqueceram.

Faltava algo. Uma peça estava fora do lugar. A música não era stereo, era estéril. Alguém. Um pedaço da minha história. Mesmo os olhares desejosos que antes me deleitariam davam um certo asco. Um enjôo. Um pudor monogâmico que parecia perfeitamente compreensível. Como se ninguém ali fosse páreo. Ninguém é insubstituível eu sei. Todos esquecem qualquer um ou qualquer coisa depois de 30 ou 40 dias... Acontece que nessa noite, eu percebi que tenho alguém que me é especial.

02 setembro 2008

Tempestade Tropical



No Caribe começa a chover.
Grandes gotas pesadas;
que explodem em cima das folhas de bananeira
caídas no chão
lembrando o fracasso e a dor de não ter suportado
ventanias, neblinas e tornados.

Os galhos sem folhas choram
gotas pontiagudas que escorrem entre seus nós;
trazendo à boca do estômago
certa angústia de ter saudade de algo que não deu certo.

No Caribe Tsunamis percorrem o litoral;
Em algum outro lugar há de sobrar um tranquila brisa
rumo ao oceano.

16 julho 2008

Faça sua escolha


Quantos de nós vivem em escafandros olhando apenas para aquilo que nos parece

seguro? Virar borboleta parece perigoso. Até porque muitas espécies vivem cerca de 3

dias depois da transformação completa. Não estou dizendo que é melhor ficar no

escafandro. E nem que é melhor ser borboleta. Apenas um momento de reflexão causado

pelo belíssimo O Escafandro e a Borboleta.


Sempre pensei que o escafandro fosse mais seguro. Mas, a qualquer momento a bomba de

ar pode falhar, e o ar faltar. E eu não ter ido nem fundo o suficiente com meus

olhos através da janelinha.

Ausência da luz

Antes de voltar ao atual, vou passar para cá um dos antigos:



Parece que o que realmente nos distanciou foi a perda da admiração que eu tinha por você. Pela sua respiração.

Era o fato d'eu estranhar você conseguir chegar do trabalho e ficar alguns bons instantes deitado sozinho no quarto escuro. Apenas você e sua respiração. Sem aparelhos eletrônicos. Ficar sozinho. Coisa que eu admirava. E você não tem mais.


Admirar o outro me parece quesito fundamental para um relacionamento respeitável, orgulhoso, construtivo e saudável.

10 abril 2008

On-line

Quão dependentes somos do que nos conecta ao mundo? Uma mensagem, um recado, uma carta, uma ligação, algo na secretária eletrônica, um e-mail, uma mensagem de ICQ on/offline, no messenger, skype, um e-mail, uma chamada não atendida no celular. Muitas formar de querer ser lembrado.

Quanto mais conectado alguns de nós ficamos, mais dependentes, ansiosos e com expectativas (que costumam gerar futuras frustrações) também ficamos.

Qual é a decepção de não ter alguém nos procurando?

06 março 2008

Coração


Estava pensando naquele ditado... "O que os olhos não vêem, o coração não sente".
e pensei...
pensei.......
pensei e cheguei a seguinte conclusão: O que os olhos não vêem, o coração não sente mas se a mente imaginar você pode ter uma ataque cardíaco.

Bobinho né?! Soa um tanto neurótico até. Na verdade a neurose causa o ataque cardíaco. O exagero, a ubris tudo isso junto e mais um pouco me deixa um tanto alucinado. Até a hora em que recebo uma informação que me acalma.

Mas que raio de insegurança é essa?

12 fevereiro 2008

Sofrer

Tenho que escrever antes de esquecer, mas não perdendo mais tempo que o necessário.

Conclusão que pareço ter conseguido conceituar:

Sofrer por algo que não se tem mais é melhor do que sofrer por algo que você não sabe se tem.

10 fevereiro 2008

Mensagem não enviada

O seu tempo é diferente do meu. Nós somos diferentes, Adeus.

Caro terapeuta,


Como explicar? Não quero escrever bonito, filosoficamente ou coisa que o valha. Quero escrever isso endereçado a você.

Coloquei Acabou Chorare dos Novos Baianos para ver se as coisas melhoram. ‘Besta é tu de não viver esse mundo’ . Mas – olha o ‘mas’ aí- por mais que possa ter milhares de coisas interessantes a se fazer essa minha falta de vontade de vida é na verdade UM EXCESSO DE VONTADE DA VIDA.

Não quero viver de qualquer jeito, quero viver muito, do jeito mais pleno que houver. E há? Enquanto não acho acabo por sofrer. Por ter algumas dores que passam e voltam. Ansiedade e sentimentos não correspondidos.

Procuro os amigos na busca disso, nem sempre eles estão disponíveis- por maior o número que se possa ter deles- ou em outras vezes você é abatido por uma falta de vontade ver qualquer um. E aí começo a masturbação mental.... pensar... um ‘Q’ de masoquismo, que embora eu não deva, não quero evitar.

Disseram que a fluoxetina elimina um pouco, ou esconde, os sentimentos. Ah!... queria que ela fizesse um pouco disso. Afinal, sinto demais. Você pode novamente dizer que isso é na verdade bom. Não é. Não é bom agora. Agora eu sinto uma desconjuntura entre pedaços do corpo, cada um assume sua própria direção. A mente tenta levar tudo pelo mesmo caminho. As pernas tremem, os dedos se movem freneticamente para voltar a atenção de tudo para a ação presente: O escrever. Me escapa uma vírgula.

Hoje eu não quero morrer. Mas quero dormir. Quero morrer por umas horas. Até as coisas ficarem do jeito que eu ACHO que vão ficar melhores. Até o objeto de desejo/posse/amor/controle/bem-estar de volta.

Não é assim que DEVE ser, afinal, isso causa dor. Como faz para lidar com o foco? Não ter apenas um foco...

06 fevereiro 2008

REssaca

Escrever alcolizado me soa um tanto interessante.
Q1uando é a a hora certa de parar? Depois de não ter bebido e ter bancado o forte pra outra pessoa que acabou te ligando o mostrando o quanto vc é neurótico tentei dar uma volta para mostrar como independnete eu era. REsultado: pneu furado e voltei pra casa. Vai entender o que planjeam pra gente. Só espero não acordar de ressaca.
SEria justo.

05 fevereiro 2008

Motivo para Ação

Qual é o seu problema? Por que você não entende o que eu sinto ou tenta me fazer sentir melhor? Por que isso não é tarefa sua? Por que eu joguei isso em cima de você? Mas o que é exagero e o que falta de consideração?

Me soa falta de consideração extrema por saber como eu me sentiria, então para que tudo isso? Das chances as menos prováveis... você sofreu um acidente, virou refém de uma FARC, não quer realmente falar comigo, acha que já avisou mesmo que estaria viajando....

Me sentir assim sei que não devo, mas por mais que eu me esforcec para tentar mudar as coisas junto a você, talvez seja impossível. Largar o vício é um tanto mais impossível. Ontem fingi que tinha decidido. Não me senti melhor do que por alguns breves momentos. Mas ao procurar todos os meus amgios - e não ter conseguido falar com nenhum- me senti ainda mais sozinho. Afinal, minha própria companhia é a que a menos me agrada. Okay, tinha uma amiga, mas o programa que ela queria fazer não me agradava.

Quero doar minha companhia para alguém. Quero ter um motivo das coisas. Alguém para ligar, alguém para pensar, algo para almejar. O fato é que não tenho nenhum desejo sincero. Nenhum desejo integralmente meu. Ganhar muito dinheiro só me faz acreditar parcialmente no meu próprio sucesso e nas coisas que viriam dele. O que mais me falta é a falta de motivação. O que nos da motivação?

Tem gente que quer uma outra pessoa para surpreender. Tem gente que liga no piloto automático, e sem saber porque, vai levando as coisas... tem ainda os que vêem a grande luz em uma Fé inabalável- ou abalável- e assim algumas outras pessoas, como eu, não encontram o que as motiva de fato. Pensei que seria o trabalho. Mas aí chega o final de semana e quero me divertir também. Algo que impede, que não nos deixa bem em nossa própria cia. Que chama para a cama. Mesmo fazendo um delicioso chá infestado de cafeína, ou um café italiano forte, um ansiolítico, um drink, ou dois (gin talvez seja uma bebida depressiva demais, será que é por isso?), o vinho só me faz dormir mais rápido.

Nada muda. No mundo moderno, se você não encontra seus amigos, se você não tem um mestre ou se não tem fé em algo espiritual acaba procurando a medicina. Área limitada, faz o que pode. Receita um ou dois comprimidos que poderão- ou não- te melhorar. Mas poderão piorar também.

Quando foi que as coisas ficaram tão difíceis?

19 janeiro 2008

Vanessa da Mata Boa Sorte/ Good Luck - Clipe Original

Outro final de semana. Dessa vez sozinho. Perdi um título e ganhei outro. O de solteiro. Engraçado que quando penso em ser solteiro acho que isso é um tanto 'over' demais. Como se existisse esse tipo de caracterização.
Mas de que adianta ter alguém quando o mal estar é generalizado? A verdade é que jogamos no outro a culpa pelo que nos incomoda e não conseguimos lidar.

Parece que podemos ficar melhor sozinhos passado o tempo em que ficávamos sufocados pelo OUTRO.

Alguns amores são realmente pesados demais para se levar. E por isso, talvez não sejam realmente amores. É difícil lidar com isso, mas é preciso saber ser UM inteiro sozinho para poder dividir-se com alguém.

Video pertinente: Boa Sorte Good Luck