26 abril 2006

bureau


acho que ontem mesmo eu tava pensando que se as pessoas se tocassem como é a vida.. e que ela acaba e não tem sentido... acabariam se matando.... a grande maioria....

17 abril 2006

Colo de Samantha


Abaixo do céu todo mundo é sujeito. Nessas horas não há um pessoa bem resolvida. Escrever sobre a falta de colo em um episódio terrível como esse.

Poucos conseguem recordar - depois de ter passado – de um absurdo e desesperador acesso de DOR DE DENTE.

- Ou no meu caso, pior: dor de DENTES! São todos eles a doer de uma só vez.

Voltei da Páscoa pensando que tinha que ir ao dentista. Fazia tempo que não ia. Que dentes como os meus- pequenininhos e separados- podem passar despercebidos, mas quando dão sinal de vida é por necessidade mesmo. Logo na segunda de manhã marquei a consulta para o dia seguinte. E como sem avisar o bruxismo gritou e no fim do dia todos os dentes doíam. E agora doem.

- AHHHH!!! A dor se torna mais dor quando não se tem um colo por perto baixar a cabeça e agonizar, e receber afagos que sequer percebemos de tão imersos nesse sofrimento, e lembrar que alguém se importa.

Aí você lembra daquele antigo romance, o antigo namoro que nessas horas não parece tão complicado. E você deixou passar, e terminou por bobagens. E agora, no meio da sua dor de dente alguém podia estar segurando sua mão. Esse alguém poderia estar dando remédio. Poderia te levar a um dentista 24 horas.

- Aqui perto de casa tem um desses. E eis que..

Wow! O que uma outra mão pode fazer que nós mesmo não podemos?! Essa mania de nos deixarmos vulneráveis a nós mesmos. Para que isso? Talvez por compaixão, para o outro se sentir útil. Ou quem sabe por sem vergonhice nossa mesmo!

E então você consegue tirar o véu dos olhos – se quiser é claro- e lembra que por vezes sofreu calado por não darem valor ao que você gritava. Outra vez porque essa outra pessoa não podia – e por uma boa razão - te acudir justo naquela hora. E até mesmo por não querer mesmo te ajudar.

E como você saiu disso, antes de lançar na cara do outro que não foi ajudado “quando tanto precisava”?

- Lanço mão de um Anador. E a dor não passa. Ah Senhor Desespero.
Mais um.... meia hora depois.... ceda vai... ceda só mais um pouquinho que amanhã às 9 tem dentista.