22 agosto 2010

Impatiens, Chamomille, Lavander e Rock Rose


Tem algo que eu havia esquecido sobre o tempo. Quando saio do roteiro escrito para mim, os ossos tremem, as carnes chacoalham, os músculos se contraem em movimentos involuntários.
É como se abrisse o forno cedo demais e uma corrente de ar frio não deixasse a obra de cerâmica, no forno de barro, terminar seu processo corretamente.  Como se o modelo visse seu retrato antes do pintor terminar sua obra. Como se o escritor morresse antes de terminar sua biografia.
Nessas horas a impaciência bate à porta e o pânico vem à tona. A derradeira vontade de se aventurar e fazer o que parece ser, viver realmente, é confrontada com o terror de sair do prumo e não conseguir mais voltar. Ir ou vir?
No meio do caminho uma ansiedade paralisante observa incauta ao que há por vir. A jornada pode ser a chance. Tudo ficará de pernas para o ar, e isso será finalmente bom, ou é o caminho sem ponto de fuga?
Ficar e esquecer as derrapadas. Manter-se no storyboard parece deixar algum controle. E quem precisa de controle? Bem, eu preciso.

Goldfrapp - Caravan Girl from Mute Records on Vimeo.

21 agosto 2010

Livro pela metade

O ser humano tem dessas coisas curiosas. Acha que dinheiro pode trazer tudo. Depois descobri que a tal 'qualidade de vida' vale mais. Qual o problema em ganhar muito dinheiro tendo qualidade de vida?

Talvez a única coisa seja não pensar em ganhar muito dinheiro fazendo o que gosta. Reflexões depois de ver metade de Julie & Julia.

 Me sinto um tanto Julia sem fazer sem terminar várias das coisas que eu começo. Prefiro deixar o tempo se encarregara de terminar.