23 janeiro 2010

Bleeding Heart


Esses têm sido dias corridos. Ainda mais depois do fim de um relacionamento ‘amoroso’ e a batalha travada para entender os motivos de não ter dado certo.

O mundo não parou de rodar e sobrou pouco tempo para pensar no processo de rompimento deflagrado em 25 de dezembro. Dia de um dos últimos posts.

Muita reflexão, papo com amigos, terapia, livros, álcool, dolce far niente e, eis que, o principal incômodo foi encontrado. A velha e não boa culpa cristã.

Por mais reducionista que possa parecer, um relacionamento em que as pessoas se gostam, têm afinidade sexual e convivem com outras pessoas não basta para perdurar pelo mais duradouro dos tempos das fábulas.

Nos amores duradouros muitas vezes é preciso o tal dos ‘sininhos tocarem iniciais’ ou mesmo mais proximidade de mundos. Quando isso não acontece e mesmo assim insistimos no eu não estou fazendo nada nem você também, passado algum tempo devemos ser honestos acima de tudo com nós mesmos e fazer o gostar d´outro prevalecer, mesmo que separados. Aí vira respeito, admiração pelo outro e busca pelo bem estar. Ainda sim nos casos onde a situação é confortável para aquele que ama menos, uma hora a compreensão do outro se esvai. Afinal, isso aqui não é mais a década de 20. O outro começa a bancar ‘a xiliquenta’ e ter ataques de pelanca por qualquer tampa de privada respingada.

A caminho da superação desse, que é o maior dos segredos, a culpa por não entender porque quando um ama, o outro não ama em igual medida, as coisas continuam a acontecer ao redor de nosso asseados umbigos. Mais pessoas aparecem no mundo e continuamos procurando sarna para nos coçarmos.

Quando menos nos damos conta estamos mais uma vez correndo atrás de alguém completamente diferente de nós mesmos para, quem sabe assim, encontrar mais um pouco da tola culpa cristã e então exercitar namoros que mais parecem voluntariado para algum projeto social.