25 janeiro 2009
Do sentir e o amor
O que fazer da vida? Quem são seus amigos de verdade? O que é de verdade? O que é ‘é’? Algo existe? Todas as escolhas são fundamentadas nos desejos coronários? Afinal, o coração é apenas uma máquina? Existe um desejo e escolha da alma?
Me parece que tudo é uma opção não fundamentada em nada. A única fundamentação que existe é para a escolha racional. Nas escolhas da alma não existe lógica. Não existe explicação. É inconcebível. É como descrever a palavra. Descreva o que é uma palavra. Percebe o quanto é ilógico? Para a razão, explicação, lógica... as escolhas ‘de coração’ soam como escolhas aleatórias pois, se não as são, deixam de ser ‘de coração’. Tornam-se baseadas na lógica. Não existe coerência nesse caso. Existe certa sinergia com algum elemento químico produzido entre o córtex cerebral e a medula espinhal que cria os sentimentos. Em verdade não os cria. Os expõe, torna-os perceptíveis. A criação é um processo/ação que diz respeito a tirar algo do nada para a existência. Ocorreu-me que o nada não é a insistência total das coisas. É não poder ser enxergado por qualquer um de nós. Ou pela maioria.
Bem se o sentimento é algo criado com base no repertório de vida, meio ambiente que interage conosco e, por fim, trazendo para a existência através de sinapses e processos neurais, o amor entra na mesma toada? Pensei em pesquisar o amor para os filósofos, autores, diretores, cientistas. Desisti da idéia e preferi tentar me aproximar do amor. Sentir. Que palavrinha magnífica essa. SENTIR (receber uma impressão). Quem inventou a linguagem? A das palavras. Cada palavra tem em si uma reflexão única.
As palavras têm dessas coisas. Exercem um fascínio que nos impele a explicar, justificar, descrever tudo. Dessa vez não minhas caras amigas. Vou apenas sentir.
24 janeiro 2009
Paixão segundo RL
"Não. Sei que ainda não estou sentindo livremente, que de novo penso porque tenho por objetivo achar - e que por segurança chamarei de achar o momento em que encontrar um meio de saída. Por que não tenho coragem de apenas achar um meio de entrada? Oh, sei que entrei, sim. Mas assustei-me porque não sei para onde dá essa entrada. E nunca antes eu me havia deixado levar, a menos que soubesse para o quê." - Clarice Lispector
Um final de desfile de moda. Um término de vida em roda. Depois de horas e quartos de horas, minutos e centésimos de segundos onde tudo muda, em um rompante de insanidade, coloquei porta a fora o meu amor. Um amor que eu chamava DE, mas, sequer sabia aonde iria me levar. Tal qual na paixão segundo G.H., perdi a terceira perna do tripé que me sustentava. Apenas no hoje que se fará ontem, cambaleando, sai a andar ao redor de minhas únicas duas pernas e pés na esperança de chegar a algum lugar. Lugar que me acariciasse.
Dois ou três passos passados e, caí no cimento duro. Levantei-me para esgueirar-me até uma taça de vinho sôfrego que restou do último jantar para re-encantar o teor etílico que dá o certificado para o sofrer. O último vinho. A última garrafa. E pensar que amanhã seriam pisadas uvas que fariam novos vinhos...
Vinhos, amores, jantares, paixões- o jogo. Quando o amor é um jogo, alguém sempre sai perdendo. Quando é passatempo, alguém acaba enjoando. Quando é um não-sei-o-quê... vislumbramos que poderíamos ter sido felizes. E seríamos? Fomos? Seremos? Reverberações de um coração embriagado que pede às pernas apenas mais alguns passos até o leito. Às plumas de ganso, penas enfim, darão o conforto e a carícia para acordar para uma nova montagem humana.
Um final de desfile de moda. Um término de vida em roda. Depois de horas e quartos de horas, minutos e centésimos de segundos onde tudo muda, em um rompante de insanidade, coloquei porta a fora o meu amor. Um amor que eu chamava DE, mas, sequer sabia aonde iria me levar. Tal qual na paixão segundo G.H., perdi a terceira perna do tripé que me sustentava. Apenas no hoje que se fará ontem, cambaleando, sai a andar ao redor de minhas únicas duas pernas e pés na esperança de chegar a algum lugar. Lugar que me acariciasse.
Dois ou três passos passados e, caí no cimento duro. Levantei-me para esgueirar-me até uma taça de vinho sôfrego que restou do último jantar para re-encantar o teor etílico que dá o certificado para o sofrer. O último vinho. A última garrafa. E pensar que amanhã seriam pisadas uvas que fariam novos vinhos...
Vinhos, amores, jantares, paixões- o jogo. Quando o amor é um jogo, alguém sempre sai perdendo. Quando é passatempo, alguém acaba enjoando. Quando é um não-sei-o-quê... vislumbramos que poderíamos ter sido felizes. E seríamos? Fomos? Seremos? Reverberações de um coração embriagado que pede às pernas apenas mais alguns passos até o leito. Às plumas de ganso, penas enfim, darão o conforto e a carícia para acordar para uma nova montagem humana.
16 janeiro 2009
Bazaines
De encontros e reencontros os tempos passam. Uma convivência mais leve. Um desligar de conversas. Algo não muda. Algumas definições são eternas.
Vou me valer de Albert Camus, em A Queda:
“Quanto aqueles cuja função é amar-nos, quero dizer, a família, os aliados (que expressão esta!), isso é outra história. Têm a palavra necessária, sim, é verdade que a têm, porém é mais a palavra-bala; telefonam como quem dispara uma carabina. E acertam no alvo. Ah! Os Bazaines!”
Você já descobriu quem é sua família?
Vou me valer de Albert Camus, em A Queda:
“Quanto aqueles cuja função é amar-nos, quero dizer, a família, os aliados (que expressão esta!), isso é outra história. Têm a palavra necessária, sim, é verdade que a têm, porém é mais a palavra-bala; telefonam como quem dispara uma carabina. E acertam no alvo. Ah! Os Bazaines!”
Você já descobriu quem é sua família?
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