04 janeiro 2006

Pavilhão 06

Meu frio espaço branco peço alguns poucos minutos amarrotados do seu relógio romano.

Neste algum tempo compartilho minha alusão ao veneno escorrido que não foi expulso por inteiro.



Todas as noites ao deitar no meu retângulo macio, antes de dormir penso que alguém existiu. Lançou em mim sua traiçoeira ratoeira armadilhada.

Tornou nascido para mim por ter eu desejado daquele jeito. Sem saber pedir o palatável fecundei o doce enjoativo apodrecido do meu tempo de menino.

Alimento decrépito decompôs no esôfago sem que consiga sequer um único dia passar sem irromper a lembrança saudosa e esquecida n´aquilo que me embriagou vicioso.

Dizem o tempo do apaixonar-se ser o mesmo para o desenamorar. Acredito que o tempo corra faceiro para o passado desmanchar no ar. E corre presente afobado. Sem espaço vazio a mudar.

Aí desmanche tinta. Líquido escuro e viscoso biliático. Humor negro. Morto amor.

E manche, tinja-me a alma. E me deixe... com meus pavilhões vazios e meus exércitos mortos...

[e me esqueça.


RL

Um comentário:

Anônimo disse...

Muuito lindo isto...
Parabens!