16 janeiro 2006

Coca Tea

Um velho decrépito e desnudo em seu retângulo frio coberto até o começo do pescoço por apenas um cobertor verde e surrado. Sua coroa era um resto de cabelo fino branco que corria do fim da testa até perto da nuca. Rosto marcado por grandes vergões rubros e um olhar fixo. Parado. Era como se sua alma não estivesse mais por ali.

E subia aquela vontade de deixar duas gotas opacas pela face.

O velho, a neta atrás. Ela não parecia querer que ele fosse. Segurava com força um caderno onde dizia ao médico energeticamente: “Ele tomou dois comprimidos. Não surtiram efeito dessa vez... Acho que se tentássemos...” E sumiam pelo corredor. A neta, o médico e o velho. Diziam que ele estava por ali. Não estava.

Cheguei em casa. Entrei no orkut e me ‘filiei’ à comunidade SIM, A EUTANÁSIA. Como se o orkut concretizasse o meu desejo de não chegar àquele estado.

RL

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Um comentário:

POShT disse...

MAR ADENTRO - POESIA

Mar adentro, mar adentro
y en la ingravidad del fondo
donde se cumplen los sueños
se juntan dos voluntades para cumplir un deseo
un beso enciende la vida
como un relámpago y un trueno
y en una metamorfosis
mi cuerpo ya no es mi cuerpo
es como penetrar en el centro del universo
el abrazo mas puril
y el mas puro de los besos
hasta verlos reducidos en un último deseo
tu mirada y mi mirada
como un eco repitiendo sin palabras
mas adentro, mas adentro
hasta el mas allá del todo
por la sangre y por los huesos
pero me despierto siempre
y siempre quiero estar muerto
para seguir con mi boca
enredada en tus cabellos.