23 junho 2020

Solidão

Acho que se tornar adulto é isso. Apenas. Assim mesmo. Ou só apenas.

Ficar sozinho no escuro. Sentir-se sozinho sem qualquer comiseração. Simplesmente apagado.

Pensar em algumas pessoas que até ouviriam, mas preferir não perturbá-las com a solidão. E ficar sozinho. 

Não se confortar ou se conformar. Nutrir uma melancolia esperando se enrigecer para suportar saber-se sozinho.

Algo no peito disparado e o susto por achar ser um ataque cardíaco. Uma pontada na cabeça, será um AVC? E estou esquecido. 

A tristeza de se sentir só. A realidade de não se iludir sobre sempre poder contar com alguém. Um alguém ou outro lembra. Logo desiste, logo descarta. 

Será que já ter enrigecido? Aceitado a solidão o suficiente para ser mais desapegado?

Que pena! Ainda não. Talvez um dia consiga? Duvido... Sinto... Sinto muito. Sinto demais.

Parece um vício. Parece bom. Mas melhor seria não sentir.

Bobagem, diriam uns. É bom sentir! Você vai além porque sente.

Besteira, digo eu. Sinto pois não sei fazer de outro jeito.

Alegre-se! Você sente, sofre mais mas, ama mais, diriam outros.

Não engano a mim, respondo. Sofrer dói por mais tempo do que amar menos. 

Melhor amar menos e amar pra sempre na luz, do que amar mais e passar o que sobra na escuridão. 

22 junho 2020

Civil+iz+ação

O que é essa tal civilização? É seguir regras? É ser normal? Mediano, medíocre?

É ignorar as dores do mundo? Brincar de Pollyanna transformou-se em ter que ser resiliente? Ora, eu não sou uma barra de aço para ser resiliente. 

Seres humanos têm palavras melhores para definirem sua capacidade de passar por problemas.

Que civilização é essa que quer emprestar termos de objetos e ignorar a complexidade da alma! Do cérebro! Daquilo que é inominável.

Somos compostos de emoções. Para quê aprisioná-las em caixinhas? Qual é o sentido de nos sufocarmos em polímeros?

Eu não quero isso pra mim. Quero rasgar essas tantas camadas e deixar à flor da pele. Se arder ou queimar é porque algo está errado. E, se doer é pra corrigir. Fazer certo. Não ferir para não ser ferido. 

Acelerar o ritmo de crescimento de plantações e de animais para saciar o apetite de uns e fazer sofrerem outros não me parece uma boa ideia. Construir algo, da mesma falida forma, em cima do que já se sabe estar ruindo é loucura! 

Ignorar o diferente, aprisionar o oposto, soterrar a dor intelectual com remédios ao invés de entendê-la é covardia! 

O que é civilização então? Compartilhar papéis, consolar ao outro, apoiar e ser apoiado, unir-se? ou dividir, confrontar e destruir? 

Civilização é só economia, política e desenvolvimento tecnológico ou é sociologia, biologia e depois o resto? 

Pode não ser assim, mas fato é que do jeito que está, não está certo, isto tenho certeza que não!

22 maio 2020

A Causa - Almanque de Variedade - Podcast

Em tempos de pandemia e enfrentamento ao novo coronavírus, tenho aproveitado a quarentena e o isolamento social para refletir sobre os novos rumos. 

Adicionar legenda
A ideia de falar sobre CAUSA, as diversas causas que temos e que nos fazem seguir adiante, merecia ser compartilhada. Claro, que fazer isso apenas do meu ponto de vista seria um experimento solitário demais. Por isso, decidi lançar um PODCAST com convidados para falar sobre as diversas causas que nos movem. 

Nasceu aí o PODCAST: A Causa - Almanaque de Variedades. Disponível em diversas plataformas como Spotify, Deezer, Google PodcastsCastbox, Breaker e no Apple Podcast

Ali estamos discutindo desde as causas coletivas até as pequenas causas do cotidiano. Psicologia, empreendedorismo social, arquitetura, decoração, futurismo, ONGs são temas para percorrer os diversos caminhos que colocam sentido na vida. 

Se você tiver alguma sugestão de tema ou até mesmo quiser participar como convidado. Comente abaixo.

Até a próxima!