20 março 2013

O outro lado (19/03/2013)


Che cosa vuoi sapere, è meglio non sapere
L'amore che mi chiedi non può finire bene… Non può finire bene…
Amore disperato/ Amore mai amato/  Amore messo in croce/  Amore che resiste
E se Dio existe/  Voi, voi/ Vi ritroverete là, là…

Estou com o coração dilacerado. Entendo o motivo pelo qual dizem ser o coração que dói. A dor é ali. Dói o peito. Não é a ansiedades das borboletas no estômago da paixão.

Sei que não faltou amor. Mas fui eu mesmo a envenenar meus pensamentos. Fui atrás de tudo porque acreditei não ter outra chance para viver tudo. Despejei meu desamor. Minha fonte de não estava mais em mim.  

Vivi pela metade por escolher um caminho lendo outro mapa. Minha bússola estava pendurada em um colar no meu peito.  Não em minhas mãos.

A caixa de música com um lindo carrossel estava bem ao meu alcance e preferi olhar ao redor, ao invés de escolher ela, e só ela. E trazê-la comigo. Esquecer todos os outros enfeites.

Deixei a agulha pulando no disco de vinil. Acreditei que não era minha responsabilidade trocar a canção. Deixei o risco discado. O disco riscado.

Soltei sua mão e entrei sozinho na floresta como criança mimada que depois se viu sozinha. Praguejei contra Deus. Disse a ele que era ELE o responsável pela minha infelicidade.

As rédeas da minha vida estão nas mãos do meu ego. É verdade que eu gosto de galopar. A sensação de quando as quatro patas do animal estão no ar.... estamos os dois no ar. Mas quando o galope acabar, ao impacto do trote é que a realidade irá se impor.

É preciso ter a consciência que a terra está abaixo dos nossos pés.

19 março 2013

MEA CULPA (19/02/2013)


Por que você me deixou sozinho naquele vale? E por que eu entrei noite adentro atrás daquele vaga-lume?

Não era uma noite fria, eu não estava com fome, eu apenas queria você. Você não estava ali. Eu me senti sozinho. Você não precisava de mim. Eu precisava de você.

Não acredito mais em para sempre. Você me convenceu disso. O curto tempo da plenitude das coisas não demora mais que o espaço entre dois passos. Nossos passos não estavam sincronizados e só eu percebi ou, será que fui a me distanciar do compasso de nossa caminhada?

Me culpo por não me sentir amado. Te culpo por não entender o que eu precisava. Minha culpa esperar de você ou, sua culpa não esperar nada?

Não, eu não entendo a independência das travessias solitárias. Prefiro Romeu à Odisseu.

Romeu lutou contra tudo e todos, até contra a vida. Odisseu lutou contra a morte sem se importar quem estaria junto no final. Talvez não tenha vivido tempo o suficiente para não ser feliz para sempre. Mas Odisseu deixou marcas em Penélope. Penélope não sou eu. Eu não teço mortalhas. Não sou magnânimo e guardo rancores. Eu quero amar e quero amor. Amor de compartilhar.

Quero você e quero a mim. Quero ser eu e ver você sorrindo pra mim ao meu lado. Quero sorrir ao seu lado. Não quero sorrir acenando enquanto você se despede.

Das tantas coisas que eu não entendo está você. Que espera cumplicidade e parceria de relacionamentos tradicionais enquanto tira férias cíclicas de relacionamentos excepcionais.

Preciso da calma de um  amor de troca. De um trampolim de se saltar junto.

Se eu tiver medo, então que você fique comigo ou me obrigue a saltar contigo. De mãos dadas. Não gosto de adeus. Tão pouco até breve.

Quero tudo que for intenso. E por que meu deus, por que o que é intenso tem que apagar?

Minha segurança pede para eu ser mais solto, depreendido e livre. Mas como podem dois caminhar juntos se cada um vai para um lado?