
Usando da liberdade que certas posses beneficiam segui rumo à balada que mais lembra uma alcova. A memória mais recente era de um lugar divertido, com uma boa música e pessoas que se colocam diante do mundo. Já na entrada um certo desconforto. Seria hora de voltar? Já estava ali, porque não entrar e parar com arrependimentos tolos. Afinal, eu mesmo teria o controle sobre as decisões mais primitivas que poderiam vir a me incomodar depois.
O lugar estava diferente. Uma taberna. Um covil. O preço não era mais justo, a bebida não é mais aditivada e as pessoas... bem... as pessoas pareciam as mesmas, acrescidas de fãs de uma diva pop que ocupa o lugar de algum deus que os homens esqueceram.
Faltava algo. Uma peça estava fora do lugar. A música não era stereo, era estéril. Alguém. Um pedaço da minha história. Mesmo os olhares desejosos que antes me deleitariam davam um certo asco. Um enjôo. Um pudor monogâmico que parecia perfeitamente compreensível. Como se ninguém ali fosse páreo. Ninguém é insubstituível eu sei. Todos esquecem qualquer um ou qualquer coisa depois de 30 ou 40 dias... Acontece que nessa noite, eu percebi que tenho alguém que me é especial.