Já tem algum tempo que escrevi isso. Mas foi nesses últimos cinco meses. E como ontem foi um dia que tudo foi retomado. Eu, comigo mesmo. Posto acá com uma foto roubada do Rapha.
Anti-falta
A falta que você me faz é a única falta. Lembrar do que me faltava quando eu tinha tudo e acreditava sentir a falta de algo.
Hoje, na sua ausência, consigo perceber que o que eu precisava era um pouco mais de mim mesmo. Eu esse, cárcere da falência de sentimentos sentidos.
Da paciência negra que me consumia e te agredia. Do porvir de esperar a doce nova fase envenenada que nos aguardava.
Tempo esse transformado em uma grande enfermidade. Dissecou e Prometeu deixar apenas o pó cinzento rouge dos nossos ossos.
E é isso que hoje eu sou. Sou a lembrança de uma doença que procura pela falta de sua, a minha, auto-defesa.
Naquela vida, não havia nada senão fuga, sedação e um véu de zelo.
Era ficar deitado na escuridão dos dias claros à entrega de uma liberdade que submete a agirmos como marionetes de sentimentos alcoolizados.
Hoje, ao menos afasto da muralha embriagada e me aproximo dos tempos coléricos arranhados de uma consciência qualquer.